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Meus melhores posts

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ligando para Deus

Por Vanessa Balbo

Quando eu estava aprendendo a escrever pedi para minha mãe me ditar as orações do Pai Nosso, Ave Maria, Salve Rainha e escrevi num caderno. Minha mãe e uma saudosa vizinha nossa tiveram a persistente missão de dispor de horas e dias até que eu finalmente conseguisse escrever letra por letra aquelas palavras que eu nem sabia o significado.

Meu objetivo nessa tarefa era muito simples: eu queria falar com Deus. Na minha doce ingenuidade de criança eu acreditava que a oração era uma forma de chamar Deus. Era mais ou menos como discar o número de um telefone e esperar que alguém do outro lado diga “alô”.

E então todas as noites eu cumpria um ritual de ligação para Deus que consistia em rezar as 3 orações do caderninho, mais a oração do anjo da guarda e da santíssima trindade. Depois disso eu aguardava um pouco, pois minha mente projetava um grande portal que se abria devagar e me dava acesso a uma poltrona gigante onde Papai do Céu estava sentado me esperando. Nessa hora acabavam-se todas as formalidades e eu era só uma criança que corria para me sentar no colo dele conversar sobre todas as coisas.

O que tanto uma criança quer conversar com Deus!? Todas as coisas! Desde os acontecimentos do meu mundinho infantil e familiar até a filosofia da vida espiritual e mundana.

Na verdade eu queria mesmo era fazer um monte de questionamentos para entender aquilo tudo que estava a minha volta. Era um papo que fluía muito bem e naturalmente e eu sempre ia dormir com muitas respostas e entendimentos. E com muitas novas dúvidas também. E ao final da nossa conversa, Deus me dava abraço e eu lhe dava um beijo. Eu voltava para fora do portal e o sinal da cruz era a senha para que ele se fechasse e eu adormecesse.

Apesar dessa relação tão próxima com Deus eu nunca consegui enxergar seu rosto. É claro que ele tinha longas barbas brancas e era velhinho, mas não era possível ver seu rosto nitidamente. Percebendo isso iniciei com ele o seguinte diálogo:

- Porque não consigo ver seu rosto? – perguntei.
- Porque eu sou muito feio. Você não gostaria de me ver.
- Claro que sim. Eu te amo demais. Mesmo que você seja horroroso eu vou gostar de você assim mesmo.
- Mas eu sou muito mais do que horroroso. Você jamais viu alguém assim tão feio como eu. Poderia se assustar de me ver e nunca mais voltar para junto de mim.
- Você não pode ser tão feio assim. E mesmo que for eu nunca vou deixar de estar junto de você. Por favor, deixa eu te ver.
- Se você me ama tanto, não é necessário ver meu rosto feio. Basta que me tenha no seu coração.
- Prefiro ver seu rosto feio e te mostrar que eu te amo mesmo assim. - insisti demonstrando confiança.
- Acho melhor não te mostrar agora, pois você pode não conseguir dormir.
- Está bem. – respondi um pouco contrariada.

E assim como em todas as noites, depois do beijo e do abraço, corri para fora do portal e enquanto fazia o sinal da cruz e já estava quase adormecendo, uma imagem de um monstro enorme horrível apareceu em minha frente revelando uma face completamente deformada, cheia de anormalidades e assustadora.

Meu coração disparou e eu fiquei imediatamente paralisada e suando frio. Até que alguns segundos depois juntei todas as minhas forças e minha voz tremula escapou por um canto da boca que era quase um sorriso e pronunciou a frase reconciliadora: “Eu te amo mesmo assim.”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Resposta universal aos comentários do blog


ATENÇÃO!


Olá meus queridos leitores. Quero que vocês saibam que eu leio cada comentário feito aqui no blog e que eles são fonte de estímulo e incentivo para que eu produza e publique mais coisas legais. Os comentários são importantes para validar para mim e para os outros leitores que o conteúdo de um post é bom e realmente está “Construindo o Aprender”. Obrigada pela atenção e disponibilidade de vocês em escrever palavras sempre positivas e de reconhecimento. Sua companhia é força que me faz girar essa roda, ainda que devagar, e sempre acreditando que o esforço vale a pena.


Pronto!!! Agora vou me explicar rsrs


Sabe, recentemente eu li um artigo (me desculpem, pois eu perdi o link) com uma lista de coisas que um escritor de blog tem que fazer para manter as visitas e atenção dos internautas. Um dos itens era “Responda aos comentários dos posts!!!”.


Meu Deus ... ao ler isso me deu um frio na barriga, aquela sensação de culpa, fiquei vermelha (quem me conhece pessoalmente sabe que fiquei de verdade rs) e me senti a pior das blogueiras.


Gente!!! ... eu não respondo os comentários!!! E agora!???


Agora vou tentar me explicar e torcer para que vocês me entendam e perdoem meu pecado.


Veja bem ... eu não sabia que responder aos comentários era vital rsrs ... desculpem a minha ingenuidade. Minha praticidade me orientou a responder apenas aqueles que reclamavam porque o link estava quebrado rsrs ... “marquei bobeira”, “comi bola”, “viajei na maionese” ... e por ai vai rsrs


Eu sempre respondo aos e-mails, converso com o pessoal no msn, no Orkut ... tenho feito parcerias inestimáveis e amizades riquíssimas com pessoas que me add para elogiar o blog e as vídeo aulas. Procuro sempre compartilhar conhecimento e amizade com todos ... eu diria até que tenho compartilhado “vida” com vocês, uma vez dispensamos muito tempo dos nossos dias interagindo pela Internet.


Eu sei que vocês vão ser tolerantes comigo e desculpar minha falha. Por favor, não deixem de dar seus cliquezinhos nos meus posts e deixar seus comentários. Eu prometo que vou responder rsrs ... a final de contas “Construir o Aprender” é uma missão que exige trabalho em equipe, parceria, cumplicidade e comunicação.


Tenho bons planos para o blog e conto com vocês para que eles se realizem.


Sou grata e feliz pela companhia de vocês.

Beijos e até a próxima parada.

Van

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quando é amor



A gente sabe que e amor quando ...

... sente vontade de dar um beijo em alguém que está quase adormecendo.

... quer chegar pertinho para inspirar o cheiro de alguém e se sentir melhor.

... fica feliz ao reconhecer o som dos passos de alguém que está chegando.

... olha os olhos de alguém em silêncio e permanece.

... fica paralisado olhando a pessoa dormir.

... cheira a roupa de alguém para amenizar a saudade.

... sente alegria ao acordar e ver que a pessoa está ali.

... a ausencia de alguém dói e sua presença alivia todas as dores.

... saber que vai encontrar esse alguém compensa qualquer transtorno.

... as mãos se entrelaçam naturalmente.

... o abraço não consegue afrouxar.

... e o beijo não sabe como terminar.

sábado, 8 de agosto de 2009

Enquanto isso quem trabalha pelo país ???


Desculpem ... eu não quero ser pedante e falar de política, mas eu preciso compartilhar com meus nobres leitores um questionamento que me veio à mente na quinta-feira (06/08/09) ao assistir o Jornal Nacional.


A cena que já até é comum foi o bate boca dos parlamentares Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL) a respeito das investigações sobre as denúncias contra o senador José Sarney.

Seria cômico se não fosse preocupante ter representantes como esses.

O fato é que me dei conta de que esses senhores passam quase todo o (pouquíssimo) tempo que dedicam à política, acusando e sendo acusados sobre corrupção e roubalheira.

O questionamento que me veio é o seguinte .. enquanto eles se devoram no centro da arena para ver quem vai se dar bem às custas da máquina pública ... quem trabalha para o país???

Quem está trabalhando para melhorar a educação, saúde, segurança? Quem está a serviço da ordem e progresso e crescimento do país?

Quem??? ....

Lei contra os ônibus fretados


Eu não sou ativista e nem tenho perfil de militante política, mas confesso a vocês que esses dias circulei abaixo assinados, promovi discussões, instiguei a opinião das pessoas e até fiz manifestação em praça pública de posse de apito, buzina e faixas de protesto.


Não vou falar sobre tudo que já está sendo dito na imprensa e na Internet. Já discuti esse assunto à exaustão. Agora deixo a teoria para os que nos enxergam como índices nas estatísticas nem sempre confiáveis.

Vou contar a vocês o que acontece aqui na vida real. Aqui no dia a dia de quem mora longe e trabalha na cidade de São Paulo. Aqui onde pessoas são pessoas mesmo. Com vida, sentimentos e cansaço.

Na primeira segunda-feira de restrição aos fretados (27/07/09), ao chegar na estação de metrô Santos-Imigrantes eu olhei pela janela do ônibus e vi uma fila imensa de ônibus fretados esperando para desembarcar ( desovar ) seus passageiros nos poucos metros de chão delimitados pela prefeitura.

Depois vi um “sem número” de trabalhadores descerem dos seus ônibus e se dirigirem todos ao mesmo tempo para a bilheteria. Fiquei imaginando a disputa que teriam que travar para conseguir seu espaço no metrô, pois os índices e estatísticas apontam que atualmente são 9 pessoas por metro quadrado, mas isso foi antes da restrição entrar em vigor. Como será agora?

Vi todas as pessoas perdidas e sem saber para onde ir, para onde olhar e o que fazer. As pessoas a quem me refiro, são os motoristas de ônibus, de táxi, os passageiros, os funcionários da CET, os bilheteiros e funcionários do metrô, os passageiros do metrô ... todo mundo sem rumo e desnorteados.

Vi taxista pegando passageiro no metrô e não conseguir sair por causa do acúmulo de ônibus e gente.

Vi morador tentando sair da sua garagem e ser impedido pela fila de fretados que se formou nas ruas que lhe foram permitidas.

Eu vi gente chorando por perder o fretado no meio da bagunça e ter que descobrir como fazer para voltar para casa. Eu também chorei.

Vi mães e pais presos num transito interminável contando que seus filhos estavam a sua espera.

Vi mulheres e homens pacíficos se revoltarem contra o poder público.

Eu vi as pessoas que trabalham de verdade para sustentar o sistema público se aglomerarem nos “bolsões” das estações que na verdade são alguns metros quadrados completamente desproporcionais à quantidade de passageiros que os fretados transportam.

Dias difíceis !!!

Agora vou lhes contar a sensação que a gente sente estando lá. Porque olhando da televisão, jornais e internet não dá pra vocês alcançarem o grau de dificuldade desses dias.

A gente sente que somos animais irracionais que devem ser adestrados para se limitar apenas aos espaços que lhe são permitidos. Peço que meus companheiros nessa batalha me desculpem pela comparação que se segue, mas é necessário para validar a descrição do sentimento. A gente se sente como bois que vão sendo tocados para seus pastos. E quando houve manifestações é como se a boiada tivesse estourado.

A gente começa a questionar se valeu a pena estudar tanto. Se não seria melhor não ter se esforçado tanto e estar perto de casa ganhando pouco, mas tendo tempo para estar com a família ao invés de ficar horas tentando arrumar uma forma menos sacrificante de voltar do trabalho pra casa.

A gente percebe que os munícipes de cidades além São Paulo são considerados intrusos e invasores. Fomos julgados como folgados e comodistas e acusados de não nos importarmos com o bem estar geral. E nós somos apenas trabalhadores. Gente boa e do bem. Só queríamos chegar ao trabalho e voltar para casa.

Quando foi que viramos um problema social?!!! Como isso aconteceu?!!! Nós nem percebemos, pois estávamos trabalhando.


E nós que gostaríamos de discutir democraticamente as medidas da prefeitura, pois foi assim que aprendemos na escola e na faculdade. Nós acreditávamos que nossa opinião seria levada em consideração, a final o período sombrio da ditadura já passou. Passou?

Ainda hoje, depois de ter visto tudo isso e muito mais nesses dias difíceis, não consigo acreditar que essa lei é real. Minha humilde inteligência não me deixa entender tamanha “burrice”. Minha consciência de cidadã não me deixa acreditar nesse despropósito social.

Nossos direitos e deveres se perderam na confusão desses dias ... porque já não temos direito de ir e vir ... e por isso quase não conseguimos cumprir nossos deveres ... nós só queremos trabalhar.

Sim, são dias difíceis !!!

Mas antigamente as dificuldades eram causadas por mal feitores e éramos maltratados por ladrões, assaltantes e marginais. Agora temos que nos defender da ação dos nossos governantes. Dos nossos representantes políticos.

Já não se sabe mais quem é mocinho e quem é bandido! Salve-se quem puder!!!

E nós só queremos trabalhar.